Saúde

Vacina contra HPV volta a ter público restrito

Thays Ceretta

Durante uma semana, crianças e adolescentes tiveram a oportunidade de atualizar a caderneta de vacinação em todo Estado. Além disso, puderam se imunizar e prevenir cerca de 10 doenças. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a prefeitura de Santa Maria divulgaram o balanço da Semana Estadual de Multivacinação, que ocorreu no final do mês de agosto (confira no quadro abaixo). Conforme a SES, entre 21 e 25 de agosto, foram aplicadas, em todo o Estado, 119.259 doses de vacinas que protegem contra a hepatite B, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, difteria, tétano e gripe A. Somente em relação à imunização contra o HPV, foram aplicadas 30 mil doses em meninas e 36 mil em meninos.

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O Ministério da Saúde tinha ampliado a faixa etária da vacina contra o HPV, em caráter excepcional, enquanto durassem os estoques, para pessoas com até 26 anos de idade, já que alguns lotes tinham validade até o mês de setembro.

Em função do número de doses aplicadas durante a Semana Estadual de Multivacinação, esses lotes já esgotaram  em Santa Maria e, desde a última segunda-feira, em todo o Rio Grande do Sul. Com isso, a vacina voltou a ser aplicada apenas em meninas de 9 a 14 anos e em meninos de 11 a 14 anos. Porém, os jovens entre 15 e 26 anos que iniciaram o esquema vacinal durante a campanha têm a segunda e a terceira dose garantidas na rede pública. 

De acordo com a enfermeira responsável pelo Setor de Imunização da prefeitura de Santa Maria, Ana Motta, a principal preocupação é com a baixa procura da vacina contra o HPV. 

– A semana foi positiva, conseguimos intensificar a vacinação, resgatando a gurizada e atualizando o calendário vacinal de quem estava atrasado –  ressalta Ana Motta.

A imunização é contra o vírus transmitido por relação sexual ou pelo contato direto com a lesão, e que pode progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, na vulva, no ânus, no pênis, na orofaringe e na boca. A vacina contra o HPV quadrivalente é segura, eficaz e é a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. Nos homens, protege contra o câncer de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, previne mais de 98% das verrugas genitais, doença estigmatizante e de difícil tratamento.

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BALANÇO

No Rio Grande do Sul 
Hepatite B – 3.720 doses
Febre amarela – 7.417 doses
Tríplice viral – 5.548 doses
Dupla bacteriana (difteria e tétano) – 15.806 doses
HPV feminino – 30.557 doses
HPV masculino – 36.231 doses
Meningite – 19.980 doses

Total –119.259 doses
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde

Em Santa Maria
Hepatite B – 56 doses
Febre amarela – 16 doses
Tríplice viral – 46 doses
Dupla bacteriana (difteria e tétano) – 134 doses
Meningite – 182 doses
HPV feminino – 328 doses
HPV masculino – 446 doses

Total – 1.206 doses
Fonte - Setor de Vigilância Epidemiológica e Imunizações da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Município de Saúde.

SOBRE O HPV

– Os HPVs são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o trato genital. Desses, 12 são de alto risco e podem provocar câncer (são oncogênicos) e outros podem causar verrugas genitais

– O vírus HPV é altamente contagioso, sendo possível contaminar-se com uma única exposição, e a sua transmissão acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital

– A vacina HPV é uma vacina muito segura, desenvolvida por engenharia genética, com a ocorrência de eventos adversos leves como dor no local da aplicação, inchaço e irritação. Em casos raros, pode ocasionar dor de cabeça, febre de 38ºC ou mais e desmaios.

3 DOSES

– Para a faixa etária de 15 a 26 anos, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses, com intervalo de zero, dois e seis meses. As pessoas que tomarem a primeira dose nesse período, excepcionalmente, terão as duas doses subsequentes garantidas no SUS. A recomendação é que os municípios utilizem as vacinas com prazo de validade a expirar até que durem esses estoques, evitando as perdas e dando a oportunidade para que essas outras faixas etárias possam usufruir dos benefícios proporcionados pela vacina.

2 DOSES

– A rotina de uso dessa vacina no público-alvo, que é para meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos, deve ser mantida com duas doses, sendo aplicada com intervalo de seis meses entre elas.

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